QUEM SOMOS

O projeto nasce duma parceria entre o baldio de Ansiães e a Universidade de Aveiro, com o apoio logístico da Junta de Freguesia de Ansiães.

BALDIO DE ANSIÃES

Ansiães, freguesia do concelho de Amarante, teve, desde sempre,  uma ligação muito forte com o seu baldio na Serra do Marão. Os baldios são um tipo de propriedade comunitária reconhecida atualmente na legislação portuguesa. Desde tempos remotos, o baldio foi o sustento dos moradores. Ali pastoreavam os seus rebanhos, recolhiam a lenha para aquecer as suas casas e cozinhar, o estrume para fertilizar os campos, o mato para a cama dos animais, etc. Sem os recursos do baldio não teria sido  possível a vida em Ansiães. Mas o baldio de Ansiães, com 2500 hectares, era muito disputado, tendo sofrido varias apropriações ao longo dos tempos. A última foi levada a cabo pelo Estado Novo, com intensa florestação, resultando em restrições de acesso da população às pastagens e  condicionado o corte de lenha e de mato. Com a instauração da democracia, em 1974, os baldios foram sendo devolvidos  as comunidades locais mas a ligação destas com os territórios comuns tinha-se perdido. Atualmente, muitos são aqueles que não sentem o baldio como seu ou que não conhecem as suas belezas e tesouros.

Uma pessoa chave dentro do baldio de Ansiães é o Prof. Arménio Miranda atual Presidente do Conselho Diretivo do Baldio de Ansiães. O professor Arménio é um grande amante da serra do Marão e, sendo presidente do baldio desde o 1993, tem amplos conhecimentos históricos da serra e das suas populações. O professor Arménio, para comemorar o centenário da reflorestação do Marão, publicou em 2017 o livro “Marão minha serra”. Este projeto toma o nome do livro, o qual tem inspirado esta iniciativa, já que “o Marão” é o maior símbolo de pertença das populações serranas, nas quais Ansiães se insere.

 

O video produzido por Arménio Miranda faz um percurso pela historia do baldio de Ansiães.

UNIVERSIDADE DE AVEIRO

A coordenadora do projeto é Marta Nieto Romero.

Marta Nieto Romero é investigadora na Universidade de Aveiro. No Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, trabalha no projeto SUSPLACE. O projeto SUSPLACE é um projecto da rede Europeia Marie Curie, e centra-se na investigação-ação para a promoção de territórios sustentáveis. Na sua investigação para doutoramento,  Marta tem percorrido o norte da Península Ibérica (Galiza e Portugal) para compreender os modos como os territórios comunitários (baldios em Portugal e Montes Vizinhais na Galiza) podem ser plataformas onde transformar as visões das comunidades relativamente à natureza. A sua investigação pretende especialmente promover visões não monetárias da natureza, que possam desafiar o  modelo não sustentável de plantações (na sua maioria eucaliptais). Para isso, usa a  lembrança e partilha de memórias e emoções de afeto como base para fomentar a ligação das pessoas com o outro, com outras pessoas e com outros elementos naturais.

Também de Aveiro, a Gabriela Benedeti veio fazer parte da equipa na gravação do video domentário.

Gabriela Benedeti é fotografa e profissional áudio-visual. Mestre em Comunicação e Multimídia pela Universidade de Aveiro atualmente trabalha como free-lancer representada pela marca Vidra. Na área da fotografia, trabalha maioritariamente através de autorretratos desde 2015 e tem feito outros trabalhos fotográficos profissionais. Na área do vídeo, interessa-se pelas largas-metragens documentais. Em particular retratando a experiência humana vivida nas suas inúmeras formas. Como parte do seu percurso neste sentido, dirigiu e realizou o documentário “Inter Gera Ação”, um documentário metalinguagem, que retrata o processo de colaboração entre jovens e população idosa mediado por tecnologia e por um guião. O seu segundo documentário nasce da colaboração com a Marta Romero num projeto que mistura e exponencia a experiência humana bem como a sustentabilidade territorial, ambos os temas do seu interesse.